sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cinema Expresso #2

Olá pessoal! Voltei hoje com essa seção do blog, espero que tenham gostado pois pretendo repeti-la sempre que possível. Vou tentar manter essa seção reservada a filmes mais recentes, de no máximo 2 anos antes do ano de postagem, pra tentar deixar meio atualizado. Enfim, vamos aos filmes da vez!

Um Fantástico Medo de Tudo
(A Fantastic Fear of Everything, Crispian Mills & Chris Hopewell, 2012)

Um dos escritores mais cagões da história enfrenta traumas de infância e demais fobias em uma noite bizarra, na árdua tarefa de tentar ficar pronto para uma entrevista. Em uma atuação brilhante, Simon Pegg mais uma vez rouba o filme para si, provando que é um dos maiores atores-revelação do século XXI. Cada vez que algo assustador está à espreita, nos sentimos na pele do personagem, pois Pegg consegue realmente nos fazer sentir como ele, aterrorizado pelo mínimo barulho em seu apartamento, criando paranoias absurdas e se sentindo cada vez mais insano à medida que a noite passa. Muito recomendado para fãs do ator e de comédias britânicas em geral. Nota: 4/5.

Looper (Rian Johnson, 2012)

Em um futuro não muito distante, a viagem no tempo foi descoberta, fazendo com que a máfia tenha que descobrir novos modos de encobrir seus crimes. O mais criativo que encontraram foi o de enviar os desafetos 30 anos para o passado, contratar loopers, novos tipos de capangas que assinam um contrato vitalício com as famiglias e são pagos em barras de prata (que não valem tanto quanto as de ouro, que valem mais do que dinheiro) e ordenar esses loopers a matar os indivíduos e sumir com seus corpos. O problema do contrato dos loopers, é que em 30 anos eles fecham o loop e também são enviados para o passado, para serem mortos por eles mesmos. Confuso? Pois é, isso é apenas o começo da sinopse do filme! Partindo com uma grande premissa de viagem no tempo, paradoxos e demais temas wibbly-wobbly, Looper começa como um filme de ação com ficção científica fantástico, mas aos poucos vai despencando e saindo completamente fora do tema inicial, apelando a clichês típicos e previsíveis. Uma pena mesmo esse filme desandar tanto da metade para o final, pois a ideia de viagem no tempo anda meio esquecida no cinema ultimamente, um fato um tanto estranho tendo em vista a cultura atual e as tecnologias disponíveis na área. Nota: 2/5.

V/H/S (muitos diretores, 2012)

Lembram da moda de filmes com câmera na mão, tremendo o tempo todo, tentando causar certo suspense mas que só funcionou em um ou dois casos? Pois bem, aqui temos uma coletânea de "contos", por assim dizer, todos apresentados desta forma e em forma de fitas VHS, com todas aquelas falhas gráficas, tela com algum canto tremendo, sujeira na fita, etc. A proposta é bastante interessante, ainda que um pouco datada (fitas em 2012) e por vezes sem sentido, como o fato das imagens das fitas estarem em altíssima definição, e também o conto em que a câmera é uma daquelas "câmeras-espiã" escondida no óculos de um personagem. Tirando esses detalhes técnicos, temos em mãos 6 ótimas histórias de terror, talvez nem todas tão originais (na verdade, em pelo menos uma é provável que o espectador durma), mas juntas agregando muito e mostrando histórias originais pra caramba em uma época de remakes, reboots e demais reaproveitamentos de franquias antigas. Pelo menos um dos contos realmente conseguiu me deixar com medo, coisa que nenhuma produção "assustadora" do gênero atual sequer tentou, e quase todos me deixaram com um grande sentimento de "QUE PORRA FOI ESSA QUE EU ASSISTI!?" ao final. Enfim, uma ótima coletânea de curtas para assistir sem compromisso e talvez até se surpreender. Nota: 4/5.

A Morte do Demônio (Evil Dead, Fede Alvarez, 2013)

Bom, esse aqui dispensa apresentações, obviamente. Refilmagem pretensiosíssima de um dos maiores clássicos do horror (e o meu favorito, como alguns conhecidos devem saber), essa nova visão da história é concebida pelo desconhecido Fede Alvarez, escolhido a dedo pelos próprios Sam Raimi e Bruce Campbell. Desnecessário dizer, o filme traz para os dias de hoje o mesmo horror e violência do original, aliados a novas técnicas de efeitos práticos e muito, mas MUITO sangue. Confesso que estava com muito medo do que este filme viesse trazer, mas saí do cinema com um sorriso gigante e a sensação de que o terror afinal pode não estar totalmente perdido. Um detalhe que vale a pena ser ressaltado: os produtores garantem não ter utilizado nenhum efeito digital em cena alguma do filme, e eu realmente não consegui reparar nenhuma CGI nas duas vezes que o assisti. Enfim, uma aula sobre como homenagear um clássico absoluto, sem querer tomar o seu lugar, mas seguindo o legado e tratando-o como merece. Nota: 5/5.

As Aventuras de Pi (Life of Pi, Ang Lee, 2012)

Um garoto fica sozinho com um tigre em um barco após seu navio naufragar, e ah sim, o tigre é digital, assim como praticamente tudo no filme, menos o garoto e o barco (). E o filme não é nada além disso. Arrastado demais e excendo muito o tempo de filme, Life of Pi entra para o hall dos filmes que só existem para introduzir alguma nova tecnologia ou simplesmente fazer um showoff das técnicas do pessoal dos efeitos digitais (pessoal esse que ficou sem emprego mesmo com o filme ganhando vários Oscar). Um filme que não acrescenta nada, não diverte, faz você pensar por 5 minutos após o término e depois você já esquece que assistiu. Talvez sirva caso não tenha mais nada para assistir, mas até nesse ponto chega a desapontar um pouco. Nota: 2/5.

Homem de Ferro 3 (Iron Man 3, Shane Black, 2013)

Tony Stark ainda está psicologicamente afetado pelos eventos de Os Vingadores, mas isso não impede que novas ameaças atinjam os EUA e, especialmente, sua casa e as pessoas ao seu redor. Confesso, eu gostei do primeiro Homem de Ferro quando saiu, não assisti o segundo filme, e achei o personagem um saco em Os Vingadores, mas de alguma forma ele parece menos insuportável aqui neste terceiro capítulo. Alguns pontos da história ficaram muito fracos e forçados, mas no geral o filme cumpre o propósito de divertir, é um bom filme de herói, e só. Ah, não se iluda pelos pôsteres, praticamente todos são mentirosos. Não tenho muito o que falar sobre esse filme não, sei lá, achei o melhor da saga do Homem de Ferro até agora, mas não me surpreende em nada, foi exatamente o que eu esperava. Nota: 4/5.

Mama (Andres Muschietti, 2013)

Um pai desesperado leva as duas filhas pequenas para uma cabana no meio de uma floresta, e antes que possa fazer qualquer coisa, é morto por alguma coisa nas trevas. Anos passam e o tio das meninas (Nikolaj Coster-Waldau, aqui sendo menos incestuoso) acaba as encontrando e decide criá-las junto com sua namorada puck rocker. Acontece que o que quer que seja que matou o pai das meninas gostou delas, e as adotou como suas filhas, inclusive incapacitando seu tio e deixando a árdua tarefa de desvendar o mistério e libertar as garotas para a namorada inexperiente. Baseado em um curto feito pelos mesmos realizadores do longa, Mama até que começa bem, com ótima fotografia e lances bem originais, mas com o tempo vai ficando tão sem graça que dá pena. Nosso querido Jamie Lannister é despachado para um hospital e esquecido cedo demais na história, e não tem chance de mostrar seu talento na telona. A moça é totalmente estereotipada, uma típica "menina do rock and roll" que não sabe lidar com a vida. O mistério sobre "o que diabos é a Mama" também não é nada demais, e até que combina com os terríveis efeitos digitais que dão "vida" a ela. Provavelmente as cenas de melhor suspense são as que apenas sugerem a presença dela, em contraste com o ridículo das cenas em que ela está visível na tela. Um filme que prometia bastante, mas infelizmente morreu na praia e não vai ser lembrado por muito tempo. Nota: 3/5.

O Massacre da Serra Elétrica [3D]: A Lenda Continua
(Texas Chainsaw [3D], John Luessenhop, 2013)

Pensem em um filme clássico, pensem em algo cru e simples mas que na época de seu lançamento causou horror e tornou-se famoso por ter sido banido em diversos países, um filme cujo simples nome costumava causar impacto e deixar pessoas imaginando os terrores que poderiam haver nesse filme. Agora, espere passar quase 40 anos, adicione um caminhão de estrume, coloque uns adesivos bonitos nesse caminhão, e despeje todo o estrume em cima desse filme. Isso é o mais próximo que eu posso chegar de descrever como é esse Texas Chainsaw, um filme tão ruim, ultrajante, ofensivo à inteligência do espectador e à memória do original que chega a doer. Pois bem (essa resenha vai ser um pouco maior, não tem como resumir isso), a proposta inical era: descartar TODOS os filmes feitos após o primeiro Texas Chain Saw Massacre de 1974 e fazer uma sequência direta, contando inclusive com participações especiais de atores do clássico em pontas, e tendo na produção o diretor Tobe Hooper. Tinha como dar errado? Não sei como, mas deu, e muito! Tudo o que há aqui é um filme fácil, um terrorzinho teen que consegue ser do mesmo nível, senão PIOR do que o fracassado Texas Chainsaw Massacre: The Next Generation, de 1994. NADA funciona aqui, nada faz sentido, é tudo simplesmente jogado de qualquer jeito, há tantos buracos na trama que eu nem vou me dar ao trabalho de explicar, tudo o que vou resumir pra vocês é: a família Sawyer foi multiplicada em 5 minutos após os acontecimentos do filme original, todos foram alvejados por rednecks furiosos, e agora uma garota herda uma mansão que supostamente pertenceu a alguém daquela família, e no porão dessa mansão reside Leatherface. Pra começar, façam as contas: o Leatherface do original, um filme de 1974, não poderia ter menos do que seus 35 anos. Neste novo filme, fica claro que a ambientação é em 2013, ou seja, 39 anos mais tarde. Logo, Leatherface deveria ser um senhor senil, provavelmente magro pela falta de alimentação adequada, e já deve ter passado dos 70 há algum tempo. Mas NÃO! Aqui temos um Leatherface ainda mais alto, forte e ágil do que há 39 anos atrás, que inclusive costura suas máscaras de couro na própria face, e conta com um arsenal de motosserras gigantes!!! É sério, minha gente, não há maneira possível neste planeta de um ser racional levar este filme a sério, uma produção porca e sensacionalista ao extremo, que só serve para sujar a imagem do original muito mais que as continuações e remakes fizeram; aliás, esse filme faz o remake e sua prequel parecerem obras de arte do horror! Vou parar por aqui antes que eu tenha um colapso, e deixo o aviso mais claro: mantenham-se LONGE deste filme! Se querem um filme de real terror, busquem O Massacre da Serra Elétrica original, de 1974, e não se atrevam a encarar essa diarréia cinematográfica. Nota: 0/5.

Enfim, após uns calmantes e um bom café, despeço-me mais uma vez! Concordam ou discordam dessas análises? Comentem abaixo, façam parecer que alguém lê esse blog, e quem sabe em breve eu volte com essa seção! See ya!