sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Doctor Who - Parte II - A Série Moderna

Salve, povo! Novamente encontro-me aqui para falar sobre minha série favorita: Doctor Who! Neste post, além de separar as eras por atores diferentes que interpretaram o Doutor, também separarei por companions/temporadas, visto que cada uma é apresentada e desenvolvida de forma diferente. Como vocês puderam ver no post anterior, a série manteve um sucesso fixo por 26 anos até ser cancelada, além de ter tido um filme para a tv em 1996. Mesmo assim, isso não pareceu afetar a determinação do produtor Russell T. Davies, que fez a série retornar em grande estilo em 2005.

Davies conseguiu não só ressuscitar uma série clássica que estava quase esquecida na BBC, como também apresentou-a a toda uma nova geração de nerds no mundo inteiro (inclusive eu!), que, claro, começaram a ter curiosidade em assistir não só esta nova série, como a antiga também. Confesso que demorei bastante para começar a assistir, mas assim que comecei, não parei até terminar todas as temporadas disponíveis! Em junho de 2012, a primeira temporada (de 2005) finalmente foi lançada no Brasil em DVD, porém sem nenhum extra, nem sequer o especial de natal, apenas com faixas de áudio em Português e Inglês, e legendas em Português. As demais temporadas seguem sem data de lançamento em DVD no Brasil, apesar de já terem sido exibidas na TV Cultura.


A primeira temporada começa apresentando-nos Rose (Billie Piper), uma pacata garota londrina que tem sua vidinha totalmente transformada ao conhecer o Doutor (Christopher Eccleston). Juntos, eles passam a viajar para o passado e futuro, visitando planetas distantes bem como a própria Terra em tempos diferentes. Com o tempo, Rose decide que nunca mais quer voltar para casa, pois sua vida viajando na TARDIS com o Doutor é muito melhor do que qualquer outra coisa que ela poderia querer, e, assim, surge uma amizade especial entre os dois.

A nona encarnação do Doutor retratada por Christopher Eccleston é simplesmente magnífica. Do homem sereno, pacífico e amável do filme de 1996 (personificado por Paul McGann), o Doutor agora se vê como um sobrevivente da Guerra do Tempo, um homem que guarda suas mágoas dentro de si para não ferir ou preocupar os outros. Mesmo assim, ele não deixa de ser o Doutor que conhecemos: brincalhão, sábio e com um apreço sem tamanho pela Terra e seus habitantes. Assim como sua encarnação anterior, ficou muito menos tempo na tela do que merecia, e até hoje o ator é questionado sobre uma possível volta ao papel. Segundo Eccleston, o clima nas filmagens não estava agrandando-o, e ele anunciou que sairia da série ainda no mesmo ano em que entrou, 2005.


Ao final da primeira temporada, ficamos nos perguntando: quem é esse magrelo que apareceu no lugar do Doutor!? Será que ele vai dar conta do fardo do Time Lord,  de ser a décima encarnação do mais famoso alienígena viajante do tempo e espaço? Mas é claro que sim!

Aqui entra em cena David Tennant, de forma bem maníaca a princípio (como sempre acontece ao regenerar, o Doutor está com uma certa sobrecarga de energia no corpo e passa a agir de forma impulsiva, parecendo um lunático mesmo), mas ao decorrer do tempo, passamos a amar esta que é considerada pela grande maioria dos fãs como sendo a melhor encarnação do Doutor. Sempre bem-humorado, com uma frase sábia na ponta da língua e uma personalidade sem igual, o Décimo Doutor conquistou muitos novos fãs pelo mundo, e é tido como a verdadeira razão da série ter reconquistado e multiplicado sua antiga popularidade.

Conforme os episódios passam, podemos perceber o quanto Rose Tyler "tratou" do Doutor, fazendo-o não esquecer, mas superar a Guerra do Tempo e a aceitar os eventos que nela ocorreram (os quais vão sendo revelados pouco a pouco). Com isso, os dois desenvolveram uma amizade muito diferente das que teve com qualquer outra companion. Pois é: o que parece é que os dois se apaixonaram! Embora isso nunca seja explicitamente dito em tela, fica claro que o Doutor não quer mais se separar de Rose, e ela claramente o ama.

Mas esse amor, assim como os nossos corações, são arrebentados quando descobrimos que Rose Tyler deixa a TARDIS no final desta temporada. E devo confessar: o final de Doomsday é realmente um dos episódios mais tristes da série. O Doutor, então, ainda em lágrimas, vive uma aventura de apenas um episódio (a série é repleta desses especiais, grande maioria deles são exibidos no natal, entre uma temporada e outra) com Donna Noble, uma mulher que foi de alguma forma sugada para dentro da TARDIS no meio de seu próprio casamento, e acaba salvando a vida do Doutor.

Esse encontro dura apenas um especial, mas há algo em Donna, não sei bem explicar, é uma coisa especial nela que dá vontade de vê-la mais um pouco ao lado do Doutor. Bem, mas é assim, com o adeus de Rose e uma aventura com Donna Noble, que acaba a segunda temporada moderna de Doctor Who.


Aqui entra a segunda companion fixa da série moderna, a estudante de medicina Martha Jones. E a aventura de estreia, assim como a temporada que vem a seguir, já começa muito boa: uma nova raça alienígena é apresentada, um hospital viaja à Lua e começamos a ver o quanto o Doutor ainda sente falta de Rose.

Martha não é das piores companions, ela apenas não tem o mesmo carisma que as demais. Ela tenta passar a imagem de ser durona, mas o que parece é que ela é só uma amiga tentando conquistar o coração do Doutor, o qual acaba sempre menosprezando a coitada. Acho que ser a primeira companion afro-descendente do Doutor foi um grande passo mas infelizmente Martha não carrega isso muito bem, pois promete ser uma coisa e acaba sendo outra.

O final da temporada é marcado por um arco de três episódios, mostrando o retorno de um velho nêmesis do Doutor. Não contarei de quem se trata para não estragar a surpresa da chegada do mesmo, apenas assistam e apreciem um dos melhores embates da série. Ao fim da história, nos despedimos de Martha.

Entre a 3ª e a 4ª temporada, ocorreu algo até então inédito na série moderna: duas encarnações do Doutor encontram-se! Trata-se de um encontro feito para o Children in Need, uma espécie de "Tele-Ton britânico" (vou ser apedrejado por ter feito essa comparação, mas foda-se) no qual Doctor Who sempre tem uma participação muito especial com algum episódio curto, de cerca de 10 minutos. Nesse ano, o 10º e o 5º Doutor entram em contato, no que acaba por ser algo muito mais, digamos, metafórico: David Tennant é um grande fã de Peter Davison, e através desse especial ele conseguiu dizer isso não só para Peter, como para todos os whovians! Alguns anos mais tarde os dois tornariam-se sogro e genro, mas isso é uma história muito enrolada para tratarmos aqui. Em frente, à 4ª temporada!


DONNA IS BACK! Aparentemente, Donna recebeu muitos elogios e volta, dessa vez como uma companion fixa na série! Devo dizer, Donna é minha companion favorita da série atual: ela é durona, não aceita merda de ninguém e muito menos do Doutor! Aqui temos ótimas histórias, um arco final absurdamente épico, alguns reencontros emocionantes e momentos hilários. Mas, como nem tudo é um mar de rosas, Donna também não vai ficar mais do que uma temporada na série.

O mais chocante foi o que se seguiu após o término dessa temporada: David Tennant anuncia que vai sair da TARDIS e que 2009 será seu último ano no papel do Doutor! Somado a isso, o ator recebe diversos papeis em outros trabalhos, e acabamos por ter, em vez de uma última temporada com ele no papel, apenas alguns especiais aleatórios espalhados pelo ano! Triste, sim, porém apesar de esses especiais, em sua maioria, não serem de grande importância, funcionam muito bem como um adeus de Tennant à série que ele tanto amou durante sua vida e onde conseguiu um grande destaque a nível mundial.


Houve uma grande especulação de que o próprio especial de natal de 2008 já contaria com a regeneração: o título do episódio foi anunciado como "The Next Doctor", ou seja, "O Próximo Doutor"! O Doutor em questão era David Morrissey, ator que na época estava no topo das cotações para o papel, o que só aumentou as especulações e euforia geral a respeito.

O arco final, The End of Time, foi dividido em duas partes, a primeira exibida no natal de 2009, e a segunda na noite de ano novo 2009/10! Isso sim é que é maneira de apresentar um novo Doutor! Nesse especial, o Doutor está face a face com uma ameaça que pode trazer de volta toda o terror da Guerra do Tempo, e pior ainda, o fim do tempo como o conhecemos!

Após uma dramática despedida de todos os seus companheiros de aventura, a vida do 10º Doutor chega ao fim, dando lugar a Matt Smith, o mais jovem ator no papel.


Logo após regenerar, o 11º Doutor acaba no jardim da jovem Amy Pond, uma criança aparentemente solitária. Após passar uma noite na casa da garota, o Doutor parte, prometendo voltar logo em seguida. Infelizmente, devido a  uma avariação na TARDIS, em vez de voltar em 5 minutos, o Doutor volta 12 anos depois, e encontra Amy já adulta! Após uma aventura com ela e definir seu novo visual, o Doutor parte mais uma vez, sozinho, para voltar 2 anos depois e levar Amy para algumas aventuras. Ah, a TARDIS também regenerou, mudando o visual interior e deixando o exterior um pouco mais parecido com a primeira versão, dos anos 60. A sonic screwdriver também é refeita, ficando maior e com uma luz verde, ao contrário da anterior que tinha luz azul.

Confesso que com o 11º Doutor eu demorei muito mais para me acostumar, começando pela companion. Amy Pond, pra mim, é extremamente irritante e chata, e não consigo me importar nem um pouco com ela! Só depois que seu namorado/noivo/marido Rory Williams passa a viajar com eles é que as coisas ficam melhores. E é nessa temporada também que conhecemos melhor River Song, uma misteriosa personagem que participou de uma história na 4ª temporada, mostrando saber muito sobre o Doutor mesmo ele não conhecendo-a na época. Os episódios que, puxando da memória agora, gostei mais, foram Vincent and the Doctor, contando com a participação de Van Gogh, e The Lodger, que fez o Doutor conhecer um "one-time-companion", um companheiro de um episódio só, mas que em um episódio apenas já chega a ser muito mais interessante do que Amy: Craig.

Após um grande arco que confesso, foi uma boa história tirando algumas forçações de barra, chegamos ao fim da 5ª temporada, que também teve um especial de natal, muito legal também.


E então chega a 6ª temporada, com certeza a mais fraca da série atual. Começando com uma história sem pé nem cabeça envolvendo a morte do Doutor, misturando a origem de River Song no meio e culminando com casamentos, essa temporada teve poucas coisas boas a oferecer. Uma delas foi O Silêncio, uma raça alienígena curiosíssima, mas que infelizmente só deu as caras nessa temporada.

Ah, Craig dá as caras novamente em um episódio envolvendo os Cybermen, dessa vez como pai! Infelizmente essa é a última vez (até o momento) em que o veremos, um companion que poderia muito bem ser fixo em pelo menos uma temporada.

E adivinhem? Mais um final de temporada em que parece que falta algo, assim como a anterior. Confesso que gostei de a face negra do Doutor ser relembrada nessa temporada, afinal ele ainda é o  mesmo Senhor do Tempo que acabou com uma guerra e saiu como único vitorioso! Ao finzinho, temos anunciada a suposta "queda do décimo-primeiro, nos campos de Trenzalore". Isso gerou uma especulação sem tamanho na internet, com teorias e mais teorias sobre a próxima regeneração do Doutor, nesse lugar chamado Trenzalore.


A sétima temporada tomou um rumo muito diferente do que estava sendo apresentado até então: uma nova companion foi anunciada e a série foi divida em duas metades, seguindo uma nova tendência no mercado (Breaking Bad, da AMC, fez o mesmo). Mas o mais importante: essa primeira metade seria a despedida de Amy e Rory, para sempre!

Contando com algumas das histórias menos inspiradas já vistas na série, essa primeira metade serviu unicamente com esse propósito: nos despedirmos dos personagens. Mesmo tendo anunciado que a tal nova companion surgiria da metade em diante, já conseguimos dar uma ~espiada~ nela logo no primeiro episódio, e no especial de natal, porém em instâncias diferentes (quer entender? Assista, eu não vou explicar aqui).

Confesso que achei o "fim" de Amy e Rory muito bom. A história teve alguns furos, comuns na série, mas foi um final relativamente emocionante e que afetou profundamente o Doutor, a ponto de ele se isolar na Londres vitoriana, mudar seu visual e o da TARDIS e conviver com um trio bizarro (um Sontaran domesticado, uma Siluriana e sua esposa humana). Porém, precisamos de aventuras, e foi no especial de natal que Clara Oswin Oswald deu as caras novamente, instigando o Doutor a procurar respostas para essa "garota impossível".


Dando um contraste forte com tudo o que vimos até agora com o 11º Doutor, essa metade final de temporada mostrou-se bastante diversificada e nos fez apaixonar-nos por Clara, a nova companion. Claro, os episódios são quase todos fillers com histórias independentes, mas isso não os impede de serem ótimos (o discurso do Doutor em The Rings of Akhaten foi, de longe, o melhor momento até agora da atual encarnação dele).

O episódio final da temporada foi anunciado com antecedência: "The Name of The Doctor" (O Nome do Doutor)! Claro que os fãs mais ávidos sabem que esse nome nunca foi (e certamente nunca será) revelado abertamente assim, e obviamente tratou-se de mais uma "pegadinha" da produção. De qualquer forma, o episódio foi o melhor da temporada inteira, e terminou de maneira inexplicavelmente foda, apresentando de surpresa e soco na cara um novo personagem crucial, o qual não revelarei aqui porque não sou uma vadia spoileadora.


Aniversário de 50 anos, especiais e um novo Doutor!

Caso não tenham feito a conta, ou eu não tenha mencionado, agora em 2013 completa-se 50 anos de Doctor Who! E isso não está passando batido, pois no exato dia do aniversário irá ao ar um episódio especial, que contará com o 11º Doutor e Clara, e também o 10º e Rose, que retornarão para apenas esse especial! Além disso, o personagem misterioso introduzido no final da temporada anterior também terá um papel-chave na história.

Porém, como nem tudo são flores nesse ano, Matt Smith anunciou que estará deixando o personagem no especial de natal! Uma notícia brutal para muitos fãs que conheceram a série recentemente, no boom que ela teve na internet em 2012. Após muita especulação e quase dois meses de espera, o próximo Doutor foi anunciado em um evento especial ao vivo da BBC: Peter Capaldi será a 12ª encarnação do Senhor do Tempo.

Capaldi já participou da série em um episódio da 4ª temporada, mas isso não quer dizer nada, afinal no mesmo episódio estava Karen Gillan (então futura Amy Pond). Antes disso, Freema Agyeman (então futura Martha Jones) morreu nas mãos dos Cybermen na 2ª temporada. E na série clássica, uma temporada antes de se tornar o 6º Doutor, Colin Baker era o Comandante Maxil, e enfrentou o 5º Doutor! Ou seja, NADA o impede de voltar à série como um personagem principal.


A escolha de Peter Capaldi (que tem 55 anos, mesma idade que William Hartnell tinha ao encarnar o 1º Doutor, ambos empatados como os mais velhos no papel) chegou como um divisor entre os reais whovians e as fãzinhas que "assistiam" por amor aos Doutores gostosões Tennant e Smith. Particularmente eu adorei a escolha, e mal posso esperar por essa regeneração, afinal o Doutor mais jovem vai se tornar o mais velho até agora!

À parte disso, haverá também o biográfico "An Adventure in Space and Time", contando sobre a criação da série e estrelando David Bradley no papel de William Hartnell, e consequentemente, o 1º Doutor! Também teremos o não-tão-conhecido Reece Shearsmith como Patrick Troughton/2º Doutor. É, 2013 realmente é um ótimo ano para ser um whovian...

Muito bem meus queridos, chegamos FINALMENTE ao fim dessa postagem sobre a minha série favorita! É realmente muito, muito difícil falar resumidamente sobre algo que gosto tanto, e peço mil perdões pelo absurdo intervalo de UM ANO entre a parte I e a parte II. Caso eu os tenha convencido a conhecer a série, nos links de parceiros no lado direito do blog encontram-se alguns sites especializados na série, e eu recomendo com todas as minhas forças.

Allons-y e goodbye!