domingo, 31 de julho de 2011

John Carpenter's The Ward (Aterrorizada)


Bom, de volta com os reviews de filmes! E que forma melhor de fazer esse retorno se não falando do retorno de um dos grandes mestres do horror moderno, John Carpenter? Pois bem, assisti esse filme numa madrugada sem internet, certo de que Carpenter jamais me decepcionaria.

E querem saber?

EU ESTAVA ERRADO!

Posso não ter assistido todos os filmes dirigidos e/ou escritos pelo grande João Carpinteiro, mas com certeza esse aqui foi o pior de todos! É clichê atrás de clichê, atuações forçadíssimas, efeitos horríveis e um final tão sem graça e usado que chega a dar náuseas. Pois bem, vamos à história dessa desgraça!

O filme começa no Instituto Psiquiátrico de North Bend, em 1966, quando a jovem Tammy (poucos personagens tem sobrenome nesse filme, e esta não é um deles) é assassinada por alguma coisa que não pode ser vista pela câmera. Corta para os créditos, numa linda montagem de fotos com vidros quebrados. Então entra em cena Kristen (Amber Heard, horrível), a qual teremos que aguentar pelo resto do filme. Ela está no meio do mato, correndo, com ferimentos pelo corpo todo. Então ela bota fogo em dois lençóis (usando uma caixa de fósforo que deve ter caído do céu, ou algo assim) e na cena seguinte, ela está de frente a uma enorme casa de fazenda em chamas. A polícia chega (detalhe para um dos policiais que diz "é ela", sinal de que a guria estava sendo procurada) e a leva para o hospital psiquiátrico da primeira cena. Detalhe para o fato de ela não saber o que diabos está acontecendo.

Ao chegar lá, Kristen conhece as outras pacientes, todas as problemáticas de sempre: temos a antipática, a desenhista gente boa, a criança e a chapada. À noite, após revelar-se uma grande rebelde ao não tomar seus remédios, Kristen está dormindo quando sua coberta é puxada para baixo da cama. Ela acorda, e ao puxar a coberta de volta, encontra alguns daqueles cubinhos de letras usados em chaveiros, pulseiras, colares e etc. As letras A, C, E, I e L estão nesses cubos. Com o passar dos dias no hospital, Kristen vai descobrindo que o lugar é assombrado pelo fantasma de uma tal Alice Hudson. E é então que a tal fantasma começa a matar uma a uma as garotas, e Kristen tem que "desvendar o mistério" antes de ser morta também.

Falem a verdade: isso não é praticamente igual a MUITOS outros filmes que você já viu?

Sustos fáceis e completamente previsíveis, a velha de história de mocinha sem sal que se mete no caminho da vingança de um fantasma, mesmo ela não sabendo o motivo dessa vingança, um final "surpreendente", enfim, são vários os clichês que se empilham a cada minuto que se passa desse filme.

Mas a maior cara-de-pau foi o final. Quem não viu o filme ainda e não quer saber do final não leia o próximo parágrafo, pois nele vou revelar pontos importantes da história.

Acontece que após todas as mulheres serem assassinadas, Kristen chega ao escritório do doutor-chefe do hospital e este a diz que o tempo todo foi apenas ela a única internada lá, e seu nome é Alice Hudson. ISSO MESMO! Alice foi sequestrada e feita de escrava sexual durante um longo tempo. Após conseguir escapar, ela deu um jeito de voltar à casa onde estava presa e tacou fogo no lugar, e foi aí que ela perdeu a memória. Devido ao forte trauma de toda a violência que sofreu, Alice criou múltiplas personalidades dentro de sua mente para tentar escapar da realidade (oi Sucker Punch), porém elas acabaram por "matar" a Alice original, fazendo-a se esquecer de tudo. E foi aí que ela criou Kristen, sua nova personalidade que entraria em cena para fazer todas as personalidades entrarem em conflito, eliminando uma a uma até que só restasse uma (OI IDENTITY). Ao final do filme, Alice recebe alta e é levada pra casa pelos pais (que até então não tinham aparecido). A última cena mostra Alice no banheiro, e ao abrir a o armário do espelho, Kristen a puxa gritando e o filme acaba.

Não dá pra acreditar que o gênio que nos brindou com obras como Halloween, They Live, Escape From New York, The Fog, Christine, The Thing (mesmo sendo este uma refilmagem) e tantos outras possa ter feito algo tão baixo quanto este filme. Realmente uma grande decepção.

Ao que me parece, o mercado de horror está se inovando. Grandes mestres estão caindo (Carpenter, Romero, Hooper) e novas mentes brilhantes estão surgindo (Eli Roth, Alexandre Aja, Edgar Wright, entre outros).

Será que ainda poderemos confiar no grande Carpenter para algum futuro novo filme? Só o tempo dirá.

Trailer:

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